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Cartografia de Artes e Ofícios

Carnavalesco

De acordo com Miguel Santa Brígida (ano), a origem do Carnaval remonta à Idade Média e tem associação direta com o cristianismo. O Carnaval chegou ao Brasil, durante o período colonial, caracterizado por diversas brincadeiras, como o entrudo. Ao longo do século XX, uma série de ritmos e danças passaram a fazer parte do Carnaval brasileiro.

O Carnaval foi trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses. Os historiadores afirmam que a festividade estabeleceu-se no país entre os séculos XVI e XVII e teve como primeira prática o entrudo. Essa brincadeira fixou-se primeiramente no Rio de Janeiro e era realizada dias antes do início da Quaresma.

Ao longo do século XX, uma série de ritmos e danças passaram a fazer parte do Carnaval brasileiro. Atualmente, ritmos como o samba, o maracatu e o frevo são seus símbolos. O Carnaval transformou-se na principal festa popular brasileira a partir da década de 1930 e, atualmente, conta com os blocos de rua que acontecem nos grandes centros do país, assim como os desfiles das escolas de samba.

O carnavalesco é o profissional que organiza o desfile de Carnaval para uma escola de samba. Ele atua desde a escolha do tema-enredo até o momento em que os componentes, junto aos carros alegóricos, entram na avenida para o desfile. Todavia, em espaços ou territórios onde a festa do carnaval acontece em outros setores que não necessariamente nas Escolas de Samba, a presença do Carnavalesco é comumente utilizada na confecção de roupas e adereços para blocos de rua, para brincantes e até para Reis e Rainhas do Carnaval e também em outras épocas fora dos domínios do carnaval, como em festas religiosas e/ou em festas juninas.

Em Belém, mais especificamente no bairro da Cidade Velha foi localizado o carnavalesco Delean Cunha Cardoso, 40 anos de idade, que relatou o processo de aprendizagem no ofício de carnavalesco: "Somos do interior, meus avós são de Abaetetuba e Acará. Me criei no bairro do Jurunas, na Caripunas, meu pai era açougueiro e minha mãe dona de casa. Meu avô paterno era pintor e fazia boizinho de papel machê. Na semana santa, eu e meus filhos homens produzimos a roupa de Nossa Senhora das Dores, para usar na procissão do Senhor dos Passos que sai da Capela São João Batista, na Cidade Velha[...] Tinha 16 anos quando aprendi a bordar com a dona Bené, da Caripunas. A essa altura da vida eu já era pai. Dona Bené era bordadeira do Rancho e do Rainha das Rainhas do Carnaval. O José Luiz, filho da dona Carmen, me levou pra trabalhar com ele no carnaval e ela bordava mantos. Aprendi olhando. Estou a 26 anos no ramo. Já ensinei muita gente como estilistas do Rainha das Rainhas, dei oficina na Escola de Teatro e Dança da UFPA, no Curro Velho, no Cuíra, Polo Joalheiro. (entrevista concedida em 16 de março de 2023)".

Todos os 3 filhos de seu Delean aprenderam o ofício de bordar com ele e todos atuam neste ramo. Segundo ele, “alguns tentem para trabalhar com o Círio – com bordados e confecções de Mantos – e outros, para o carnaval” (entrevista concedida em 16 de março de 2023) se o entrevistado pudesse, trabalharia o ano todo com o ofício de bordar, mas como a procura é sazonal, ele atua concomitante em outras áreas para garantir seu sustento e de sua família.

© 2023 Cartografia de Artes e Ofícios. Produzido por: Arte Net

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