O termo “luthier” é de origem francesa, e designava os construtores de um antigo instrumento denominado alaúde (que em francês se diz lute, daí a origem do termo). Os primeiros registros da profissão são do século XVIII, embora se acredite que ela possa ser ainda mais antiga. O luthier é quem fabrica, ajusta e conserta instrumentos musicais.

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Na cidade de Belém tem-se registro de alguns luthiers, responsáveis pela construção e consertos de instrumentos musicais. É provável que este ofício tenha se popularizado na cidade no período áureo da belle époque, época de grandes saraus, concertos e apresentação de músicos no Teatro da Paz e outros espaços públicos.

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No bairro da Campina, na travessa 1º de Março, 492, funciona o atelier e oficina do luthier Nazareno Pinto Costa, de 48 anos, belemense, nascido em uma família de músicos no bairro da Terra-Firme. Em entrevista o senhor Nazareno fez o seguinte relato: "Meu avô era musico, minha mãe aprendeu a tocar. Meu pai é da família dos Caferanas, banda de baile de Cametá. Perto de meus 20 anos conheci um instrutor de violão. Fizemos uma troca de conhecimento: eu ensinava Kung Fu a ele e ele me ensinava violão[...] nos anos 2000 comecei a tocar com artistas locais, foi quando conheci na Cremação, o Edilson Ramos (músico, arranjador e produtor musical) que mandou eu voltar outro dia. Fiquei 05 anos sem contato com ele. Um dia, o amigo Ronaldo Miranda que é técnico de som, estava hospedado em minha casa, foi até a casa do Edilson Ramos tratar de um assunto e eu fui junto com ele".

 

Chegando lá, ele estava precisando ajustar o maquinário de trabalho e eu acabei fazendo esse ajuste para ele. Ele gostou muito do trabalho que eu fiz. No dia seguinte chegou uma leva de instrumentos para ser colocado o Pré (circuito ativo para violão). Ele me chamou para fazer esse serviço. Foi assim que eu reencontrei o Edilson Ramos e fui ficando na oficina dele. Trabalhei com ele na oficina de instrumentos por uns 4 anos. Fui apelidado de carateca (entrevista concedida em 15 de março de 2023).

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Para ser um luthier é necessário ter uma boa audição para desenvolver escuta sensível dos sons dos instrumentos musicais. É necessário também destreza no uso das mãos e manuseio de ferramentas para o fabrico dos instrumentos. De acordo com o site [1]https://sejaumluthier.com/curso-luthieria-do-zero/[2], para ser um bom luthier é necessário saber desenhar ou fazer rascunhos; entender como funciona a acústica dos instrumentos; ter conhecimento básico de elétrica dos instrumentos; conhecimento de partes mecânicas dos instrumentos; saber trabalhar com artefatos de madeira; saber manusear ferramentas manuais e elétricas e conhecer um pouco de música.

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Quando o Luthier Nazareno iniciou o oficio, já dominava o processo da marcenaria, que havia aprendido com seu pai fazendo timão de barco. O domínio da arte da marcenaria aliada ao manuseio de instrumentos musicais permitiu-lhe aprimorar seus conhecimentos no campo da elétrica e mecânica dos instrumentos, tornando-o um luthier conhecido em todo o estado do Pará e outros territórios do Brasil, com clientes-músicos regulares das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Ultimamente tem recebido demandas internacionais.

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Seu Nazareno já teve vários aprendizes em sua oficina-ateliê. Alguns desses seguem na ajuda da produção de instrumentos em outras oficinas-ateliê da cidade. Entretanto, apenas um desses se tornou Luthiê – senhor José Ivan, do município de Santa Barbara, que já desponta na produção de instrumentos de corda.